23/10/2024Undime
Debatedoras apresentaram dados sobre o uso de internet nas escolas
Os desafios da implementação das Políticas de Conectividade e de Educação Digital no cotidiano escolar foram debatidos por Ana dal Fabbro, coordenadora-geral de Tecnologia e Inovação da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) e Catherine Merchan, gerente de Estudos e Coalizões da Fundação Telefônica Vivo. A mediação do debate foi feita por Eduardo Ferreira da Silva, Dirigente Municipal de Educação de Canarana/MT e vice-presidente da Undime/MT. A mesa fez parte da programação do Fórum Regional Centro-Oeste, em Cuibá/MS, nesta terça-feira (22).
Dal Fabbro iniciou falando sobre o desafio do acesso ao Wi-Fi nas escolas do Centro-Oeste. De acordo com o Censo Escolar de 2024, a região tem 6.737 escolas que ainda não dispõem da rede. “Muitas vezes as unidades de ensino até possuem o acesso, mas precisa ser melhorado para aumentar a velocidade e proporcionar uma melhor distribuição do sinal. A internet chega, mas ainda é preciso melhorar da porta para dentro”.
Ana reforçou ainda a importância de trabalhar, na sala de aula, com currículos alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), incluindo cidadania digital e novas competências digitais adequadas a cada etapa de ensino (usar, entender e refletir sobre tecnologia), utilizar a tecnologia para apoiar uma gestão mais eficiente das secretarias e escolas, integrando dados e garantindo interoperabilidade de sistemas.
Catherine Merchan, apresentou dados da pesquisa “Tecnologias Digitais nas escolas municipais do Brasil: cenário e recomendações”, organizada pelo Centro de Inovação para Educação Brasileira (Cieb), Telefônica Vivo e Undime, a exemplo de que pelo menos uma a cada cinco (21%) redes municipais do Brasil ainda não tem o ensino de Tecnologia e Computação no currículo dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nos anos finais, são 17%. Já na Educação Infantil, o índice sobe para 37%.
Na oportunidade, tratou sobre o desenvolvimento de competências digitais de estudantes. Segundo a pesquisa Tecnologias Digitais para inclusão e o crescimento, do Banco Mundial, 67% dos estudantes de 15 anos do Brasil – quase sete a cada dez – não conseguem diferenciar fatos de opiniões quando fazem leitura de textos. “Esse é um dado super importante nesse contexto dessas habilidades que são tão relevantes e nos traz um indicativo desafiador”.
Uma escola atrativa para o adolescente
“Os desafios das adolescências no processo de escolarização” foi tema do debate que teve a participação de Tereza Farias, coordenadora-geral de Ensino Fundamental do Ministério da Educação e Cláudia Nascimento, coordenadora de desenvolvimento e soluções do Itaú Social. A mediação foi feita por Angela Maria de Brito, Dirigente Municipal de Educação de Três Lagoas/MS e vice-presidente da Undime/MS.
"Quem são os sujeitos de que estamos falando? Esse sujeito não é mais uma criança e ainda não é um jovem. Que nível de percepção do mundo ele tem nessa idade? A escola e a família percebem os processos que, por vezes, eles vivenciam, silenciam e ele se calam? Como é que a gente se conecta com essa geração de adolescentes nos anos finais do Ensino Fundamental? Precisamos refletir sobre os desafios que se colocam nessa transição", comentou a representante do MEC ao apresentar o Programa Escola das Adolescências.
Liderado pelo Ministério da Educação, o Programa Escola das Adolescências une esforços da União, Estados, Distrito Federal e municípios, com o objetivo de desenvolver uma proposta educacional que se conecte com as diversas formas de viver a adolescência no Brasil. A iniciativa visa promover um ambiente acolhedor, melhorar a qualidade social da educação, além de garantir o acesso, progresso e desenvolvimento integral dos estudantes.
"Para que possamos transmitir a certeza de que é um bom programa, precisamos acreditar, enquanto gestores, para que essa confiança chegue até os professores e a formação deles contribua para o desenvolvimento dos nossos adolescentes", afirmou Angela Maria de Brito, vice-presidente da Undime/MS.
“No Brasil, apenas 5 em cada 10 estudantes seguem uma trajetória regular, sem abandono, reprovação ou repetência ao final do 9º ano do Ensino Fundamental”, destacou Cláudia Nascimento. Ela também apresentou dados focados na região Centro-Oeste, do estudo realizado pelo Itaú Social e Undime, intitulado "Percepções e desafios dos anos finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino". A região tem 57% de redes municipais que ofertam essa etapa da educação básica.
"As redes municipais da região enfrentam desafios para implementar espaços de diálogo e ações intersetoriais voltadas para questões relacionadas à saúde mental dos estudantes dos anos finais, sendo que 58% dessas redes implementam essas ações apenas ocasionalmente ou nunca", explicou Cláudia Nascimento.
Os desafios relacionados à saúde mental dialogam com a baixa frequência na oferta de temáticas de formação sobre problemas relacionados a bullying e dificuldades de convivência dos alunos e problemas relacionados a saúde mental e aspectos socioemocionais dos estudantes. Com relação a implementação de estratégias de transição entre as etapas, as redes municipais têm desafios e 41% das redes municipais realizam somente às vezes ou raramente ações para o fortalecimento da relação entre as famílias, escola e comunidade dos estudantes dos anos finais, explicou a coordenadora de desenvolvimento e soluções do Itaú Social.
Fonte/Fotos: Undime
Debatedoras apresentaram dados sobre o uso de internet nas escolas Os desafios da implementação das Políticas de Conectividade e de Educação Digital no cotidiano escolar foram debatidos por Ana dal Fabbro, coordenadora-geral de Tecnologia e Inovação da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) e Catherine Merchan, gerente de Estudos e Coalizões da Fundação Telefônica Vivo. A mediação do debate foi feita por Eduardo Ferreira da Silva, Dirigente Municipal de Educação de Canarana/MT e vice-presidente da Undime/MT. A mesa fez parte da programação do Fórum Regional Centro-Oeste, em Cuibá/MS, nesta terça-feira (22). Dal Fabbro iniciou falando sobre o desafio do acesso ao Wi-Fi nas escolas do Centro-Oeste. De acordo com o Censo Escolar de 2024, a região tem 6.737 escolas que ainda não dispõem da rede. “Muitas vezes as unidades de ensino até possuem o acesso, mas precisa ser melhorado para aumentar a velocidade e proporcionar uma melhor distribuição do sinal. A internet chega, mas ainda é preciso melhorar da porta para dentro”. Ana reforçou ainda a importância de trabalhar, na sala de aula, com currículos alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), incluindo cidadania digital e novas competências digitais adequadas a cada etapa de ensino (usar, entender e refletir sobre tecnologia), utilizar a tecnologia para apoiar uma gestão mais eficiente das secretarias e escolas, integrando dados e garantindo interoperabilidade de sistemas. Catherine Merchan, apresentou dados da pesquisa “Tecnologias Digitais nas escolas municipais do Brasil: cenário e recomendações”, organizada pelo Centro de Inovação para Educação Brasileira (Cieb), Telefônica Vivo e Undime, a exemplo de que pelo menos uma a cada cinco (21%) redes municipais do Brasil ainda não tem o ensino de Tecnologia e Computação no currículo dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nos anos finais, são 17%. Já na Educação Infantil, o índice sobe para 37%. Na oportunidade, tratou sobre o desenvolvimento de competências digitais de estudantes. Segundo a pesquisa Tecnologias Digitais para inclusão e o crescimento, do Banco Mundial, 67% dos estudantes de 15 anos do Brasil – quase sete a cada dez – não conseguem diferenciar fatos de opiniões quando fazem leitura de textos. “Esse é um dado super importante nesse contexto dessas habilidades que são tão relevantes e nos traz um indicativo desafiador”. Uma escola atrativa para o adolescente “Os desafios das adolescências no processo de escolarização” foi tema do debate que teve a participação de Tereza Farias, coordenadora-geral de Ensino Fundamental do Ministério da Educação e Cláudia Nascimento, coordenadora de desenvolvimento e soluções do Itaú Social. A mediação foi feita por Angela Maria de Brito, Dirigente Municipal de Educação de Três Lagoas/MS e vice-presidente da Undime/MS. "Quem são os sujeitos de que estamos falando? Esse sujeito não é mais uma criança e ainda não é um jovem. Que nível de percepção do mundo ele tem nessa idade? A escola e a família percebem os processos que, por vezes, eles vivenciam, silenciam e ele se calam? Como é que a gente se conecta com essa geração de adolescentes nos anos finais do Ensino Fundamental? Precisamos refletir sobre os desafios que se colocam nessa transição", comentou a representante do MEC ao apresentar o Programa Escola das Adolescências. Liderado pelo Ministério da Educação, o Programa Escola das Adolescências une esforços da União, Estados, Distrito Federal e municípios, com o objetivo de desenvolver uma proposta educacional que se conecte com as diversas formas de viver a adolescência no Brasil. A iniciativa visa promover um ambiente acolhedor, melhorar a qualidade social da educação, além de garantir o acesso, progresso e desenvolvimento integral dos estudantes. "Para que possamos transmitir a certeza de que é um bom programa, precisamos acreditar, enquanto gestores, para que essa confiança chegue até os professores e a formação deles contribua para o desenvolvimento dos nossos adolescentes", afirmou Angela Maria de Brito, vice-presidente da Undime/MS. “No Brasil, apenas 5 em cada 10 estudantes seguem uma trajetória regular, sem abandono, reprovação ou repetência ao final do 9º ano do Ensino Fundamental”, destacou Cláudia Nascimento. Ela também apresentou dados focados na região Centro-Oeste, do estudo realizado pelo Itaú Social e Undime, intitulado "Percepções e desafios dos anos finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino". A região tem 57% de redes municipais que ofertam essa etapa da educação básica. "As redes municipais da região enfrentam desafios para implementar espaços de diálogo e ações intersetoriais voltadas para questões relacionadas à saúde mental dos estudantes dos anos finais, sendo que 58% dessas redes implementam essas ações apenas ocasionalmente ou nunca", explicou Cláudia Nascimento. Os desafios relacionados à saúde mental dialogam com a baixa frequência na oferta de temáticas de formação sobre problemas relacionados a bullying e dificuldades de convivência dos alunos e problemas relacionados a saúde mental e aspectos socioemocionais dos estudantes. Com relação a implementação de estratégias de transição entre as etapas, as redes municipais têm desafios e 41% das redes municipais realizam somente às vezes ou raramente ações para o fortalecimento da relação entre as famílias, escola e comunidade dos estudantes dos anos finais, explicou a coordenadora de desenvolvimento e soluções do Itaú Social. Fonte/Fotos: Undime